Nascido em 1988 em Maputo, Moçambique, o bailarino, músico, professor e coreógrafo desenvolveu uma carreira multifacetada que une dança e música, explorando tanto tradições moçambicanas como formas contemporâneas. Atualmente, reside na Cidade do Cabo, África do Sul, onde frequenta o programa de pós-graduação em Instrumentos Musicais Africanos na Universidade da Cidade do Cabo (UCT).
O seu percurso artístico teve início em 2005, no bairro Maxaquene “A”, em Maputo, um local marcado por desafios sociais. Foi na Associação Sociocultural Horizonte Azul (ASCHA), liderada por Dalila Macuácua, que descobriu a paixão pela música, dança e teatro. Inspirado por instrutores como Vintani Nafassi e Valentin Ferrois, participou em festivais e eventos comunitários, enquanto adquiria competências que mais tarde o levariam a ensinar jovens em situação de vulnerabilidade.
Em 2010, juntou-se ao Núcleo de Jovens Criadores (NJC), inicialmente como intérprete, mas rapidamente assumiu responsabilidades como professor em atividades extracurriculares. Em 2013, ingressou na Universidade Pedagógica de Moçambique, onde frequentou um curso pedagógico de dois anos, que expandiu o seu conhecimento em dança contemporânea, pedagogia e antropologia cultural. Durante este período, lecionou dança tradicional moçambicana e percussão em instituições como a Escola Internacional Francesa de Maputo. Ainda em 2013, participou num programa de intercâmbio na Noruega, onde ensinou e coreografou em escolas culturais, ganhando valiosa experiência em liderança.
De regresso a Moçambique, colaborou com a Matola Music and Dance Company e coordenou programas educativos para estudantes internacionais através da Associação Cultural MoNo. Em 2017, deu início ao projeto Chamanculo C Music & Dance Academy, uma academia de música e dança em Maputo, com o apoio dos Arquitetos Sem Fronteiras, destinada a capacitar jovens em contextos vulneráveis.
Em 2018, mudou-se para a Cidade do Cabo para aprofundar a sua formação musical. Desde então, tem colaborado em produções e workshops multidisciplinares, trabalhando com companhias como a Matola Music and Dance Company e o projeto Kozmoz, além de coreógrafos e músicos de renome, como Idio Chichava, Manuela Tessi, Dizzu Platjies e François Muleka.
Em 2024, participou em diversas produções que destacam a fusão de música e dança como ferramentas de expressão cultural e inclusão social. Paralelamente, tem desenvolvido projetos voltados para a formação artística de jovens e está a concretizar o sonho de criar um centro de artes em Moçambique, cujo terreno já foi adquirido e está em construção.
O seu trabalho reflete um compromisso constante com a educação artística e a transformação social, usando as artes como uma ferramenta para promover a identidade cultural e impulsionar mudanças positivas em contextos locais e globais.