Liniker

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Liniker de Barros Ferreira Campos nasceu em julho de 1995, em Araraquara, São Paulo. Cantora, compositora, artista visual e atriz, é uma das maiores revelações da música brasileira contemporânea e uma importante voz para a comunidade LGBTQIA+.

Criada em uma família de músicos, cresceu ouvindo samba, samba-rock e soul, influências que marcaram a sua carreira. Desde cedo, enfrentou desafios, como a timidez, superada em parte pelas aulas de teatro iniciadas em 2014 na Escola Livre de Teatro, em Santo André. Além de desenvolver a confiança, o teatro ajudou Liniker a moldar sua identidade visual autêntica, caracterizada por turbantes, vestidos, maquiagem e bigode.

Em 2015, Liniker começou sua trajetória na música com a banda Liniker e os Caramelows. O grupo lançou o EP Cru, gravado de forma independente, que incluía faixas como Zero, Louise du Brésil e Caeu. O clipe de Zero, lançado no YouTube, viralizou e alcançou 5 milhões de visualizações em uma semana, marcando o início de uma nova geração na música brasileira. Com o sucesso do EP, a banda lançou em 2016 o álbum Remonta, financiado por crowdfunding, que teve ótima recepção no Brasil e no exterior, resultando em turnês internacionais pela Europa, Estados Unidos e Angola.

Em 2018, Liniker e os Caramelows realizaram uma performance no Tiny Desk Concerts, da rádio americana NPR, consolidando sua projeção internacional. No ano seguinte, a banda lançou o álbum Goela Abaixo, uma mistura de reggae, funk, R&B, MPB e soul, que foi indicado ao Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa. Essa indicação foi histórica por incluir artistas trans, como Liniker e o grupo As Baías.

Com a separação da banda em 2020, Liniker seguiu carreira solo e, em setembro de 2021, lançou seu primeiro álbum, Indigo Borboleta Anil. O trabalho trouxe sucessos como Baby 95 e Psiu, marcando uma nova fase em sua carreira. No mesmo ano, Liniker estreou como atriz na série Manhãs de Setembro, da Amazon Prime, interpretando Cassandra, uma mulher trans enfrentando desafios pessoais e sociais. A série recebeu elogios por sua abordagem sensível e autêntica.

Em 2022, Liniker foi empossada como a primeira artista trans a integrar a Academia Brasileira de Cultura, ocupando a cadeira que pertenceu a Elza Soares. Durante a cerimônia, destacou a importância da representatividade para travestis no Brasil, afirmando: “Estar em pé no Brasil, sendo uma travesti preta, é muito difícil.” A nomeação reforçou seu impacto cultural e social.

Em 2023, Liniker fez história ao se tornar a primeira artista trans brasileira a ganhar um Grammy Latino, recebendo o prêmio de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira pelo álbum Indigo Borboleta Anil. No ano seguinte, lançou Caju, seu segundo álbum solo, que alcançou mais de 30 milhões de reproduções nas plataformas de streaming. O álbum, com colaborações de artistas como Lulu Santos, Pabllo Vittar, Anavitória, BaianaSystem e Tropkillaz, demonstrou uma nova fase de experimentação e liberdade artística. O single TUDO destacou-se ao liderar o Top Viral 50 no Brasil e alcançar o terceiro lugar no Top Viral 50 Global do Spotify.

Em 2024, Liniker iniciou a “Caju Tour”, que estreou com três shows esgotados no Espaço Unimed, em São Paulo, e expandiu para outras cidades brasileiras devido à alta demanda. O sucesso do álbum também inspirou um documentário sobre o processo criativo, dirigido por Safira Moreira, vencedora do Festival de Sundance. Além disso, Liniker foi anunciada como atração na “Blue Electric Light Tour” de Lenny Kravitz, com apresentação marcada em São Paulo.

No mesmo ano, Liniker liderou as indicações ao Prêmio Multishow 2024, com 11 nomeações, incluindo Artista do Ano. Em paralelo, lançou Caju – Trop Version, uma extensão do álbum em parceria com o duo Tropkillaz, reafirmando sua versatilidade artística.

Liniker segue consolidando-se como uma das artistas mais influentes da música brasileira, não apenas pelo talento e autenticidade, mas também pelo impacto social, abrindo caminhos e inspirando futuras gerações.