Ativista e agitador sociocultural. Mais conhecido como Sinho, nasceu em 1976, em Portugal. Afrodescendente, é fruto das raízes espalhadas por Cabo Verde, Angola, São Tomé e Príncipe e Portugal, resultado das trajetórias familiares marcadas pela fuga à Fome de 47 em Cabo Verde e pelo estabelecimento em diferentes territórios.
Atualmente, Sinho é vice-presidente da Associação Cavaleiros de São Brás, localizada no Casal da Boba, Amadora. Através deste organismo, tem liderado iniciativas que visam combater as amarras coloniais, o racismo e a misoginia, promovendo o empoderamento comunitário e a criação de espaços para o fortalecimento das comunidades marginalizadas. O seu trabalho é alicerçado em atividades educacionais, sociais e culturais, com foco na justiça social e no direito à habitação.
Em 2021, Sinho participou no documentário “Olhares sobre o Racismo”, produzido pela SOS Racismo, em parceria com a plataforma BANTUMEN, por ocasião do 30.º aniversário da associação. Este filme destacou diferentes perspetivas sobre a luta contra o racismo em Portugal, sublinhando a relevância de vozes como a de Sinho na defesa da igualdade e da dignidade.
Um dos projetos mais notáveis liderados por Sinho é o “Noz Stória” (Nossa História, em português), que oferece passeios guiados pelos bairros auto-construídos de Lisboa, revelando a história da presença negra nesses espaços. Este percurso começa no Bairro das Fontainhas, nas Portas de Benfica, e convida os participantes a atravessarem as fronteiras invisíveis entre as margens e o centro da cidade, desenhando mapas afetivos que reconstroem narrativas frequentemente esquecidas.
Sinho é um verdadeiro guardião de memórias coletivas, destacando histórias de resistência e luta pelo direito ao território, à habitação e à dignidade das comunidades negras. Mais do que narrar factos históricos, o seu discurso é um convite a escutar as vidas que se desenrolam em cada esquina, onde as vozes de quem construiu as suas próprias casas ecoam com força e resiliência.
Reconhecido como um agitador sociocultural, Sinho continua a ser uma voz ativa na defesa dos direitos das comunidades, trabalhando incansavelmente para desafiar preconceitos e criar pontes entre diferentes realidades, promovendo a inclusão e o respeito pela diversidade cultural.