Inocência Mata 

Nascida em São Tomé e Príncipe, é uma ensaísta, professora e investigadora reconhecida pelos seus contributos nos estudos pós-coloniais e nas literaturas lusófonas. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – variante Inglês/Português pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), concluiu o Mestrado em Literaturas Brasileira e Africanas de Expressão Portuguesa na mesma instituição.

Obteve o Doutoramento em Letras, com especialização em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, pela Universidade de Lisboa, e realizou um pós-doutoramento em Estudos Pós-Coloniais na Universidade da Califórnia, Berkeley, focando-se em Estudos Pós-Coloniais, Identidade, Etnicidade e Globalização.

Desde 2014, integra o corpo docente da FLUL na área de Literaturas, Artes e Culturas, sendo membro do Centro de Estudos Comparatistas (CEC/FLUL). Entre 2014 e 2018, lecionou na Universidade de Macau, onde exerceu como vice-chefe do Departamento de Português e diretora de programas de Mestrado e Doutoramento, além de liderar o Centro de Estudos Luso-Asiáticos.

É membro de diversas associações especializadas, incluindo a Associação Portuguesa de Literatura Comparada, a Association pour L’Étude des Littératures Africaines (APELA, França), a Associação Internacional de Estudos Africanos (AFROLIC, Brasil) e fundadora da União Nacional de Escritores e Artistas de São Tomé e Príncipe (UNEAS).

Em 2015, foi agraciada com o Prémio FEMINA pelo seu contributo à investigação e ensino das Literaturas Lusófonas. Em 2016, integrou o júri do Prémio Camões. Em 2019, foi homenageada com o “Diploma de Mérito” pelo Governo Regional do Príncipe pelo seu trabalho de promoção da cultura de São Tomé e Príncipe. Nesse mesmo ano, recebeu o título de Doutora Honoris Causa pelo Cypress International Institute University no Malawi e o Prémio Lusofonia – Educação.

Em 2022, foi reconhecida com o prémio “Mulheres Cientistas Sociais que Inspiram” pela Associação Internacional de Ciências Sociais e Humanas em Língua Portuguesa. Em 2024, foi-lhe atribuído o Prémio Guerra Junqueiro na categoria de Ensaio Literário.

Como autora, publicou várias obras nas áreas de literatura africana, estudos culturais e pós-coloniais, entre as quais se destacam Polifonias Insulares: Cultura e Literatura de São Tomé e Príncipe (2010), A Literatura Africana e a Crítica Pós-Colonial (2013), e Discursos Memorialistas Africanos e a Construção da História (2018).

É também autora do prefácio de Os Condenados da Terra (1961), de Frantz Fanon, e participa frequentemente em conferências internacionais, onde debate temas como migrações e reparações históricas.

Em novembro de 2024, Inocência Mata destacou-se ao afirmar que a opressão das mulheres nas sociedades patriarcais africanas é tão grave quanto a opressão colonial, enfatizando a necessidade de uma revolução mental e cultural que promova a emancipação feminina.