Mário Macilau é um fotógrafo profissional, com uma carreira já consolidada e premiada, e que procura sobretudo incentivar trocas positivas entre diferentes culturas, locais e perspectivas.

Tomando o retrato como um ponto de partida, Macilau cria uma atmosfera de intimidade de onde surgem perspetivas ou narrativas mais amplas. A técnica fotográfica utilizada pelo artista é crucial para criação de composições ricas (preto e branco, com tons suaves e texturas), onde a profundidade de campo e luz natural – às vezes resultando em fundo escuro ou subexposto –  dão uma atmosfera sutil e poética às suas imagens.

Macilau teve os seus trabalhos expostos em espaços e eventos como 56th Venice Biennale (Italia), Saatchi Gallery (Inglaterra), Rencontres de Bamako (Mali), Photo Spring (China), International Biennial of Casablanca (Marrocos), Guggenheim Museum (Espanha), entre outros.

Em 2023, venceu o prémio francês de fotografia Roger Pic 2023, com o trabalho Fé, em que retrata crenças e ritos tradicionais em Moçambique. A distinção foi acompanhada por uma exposição na galeria Fisheye, em Paris, de 12 de setembro a 21 de outubro. Ainda este ano, foi homenageado também com o Prémio James Barnor, que apoia talentos da fotografia no continente africano e na diáspora africana em geral.

De acordo com o próprio James Barnor, consagrado fotógrafo ganês, a obra de Macilau “torna-se numa parte indispensável da nossa cultura. Ela ajuda-nos também a lembrar o nosso passado e a preparar-nos para o presente. Este artista tem um olhar único, sensível e útil de várias maneiras, mas o seu maior impacto reside na capacidade de mostrar-nos o mundo de uma forma que não apenas impressiona visualmente, mas também toca emocionalmente”.