Elísio Nunes é natural de São Tomé e Príncipe, empreendedor e fundador da EcoBlasa, uma startup sustentável que produz carvão a partir da casca de coco.

É licenciado em Agronomia e Ciências Agrárias pelo Instituto Superior Politécnico de São Tomé.

Em 2016, queria desenvolver um projeto 100% ecológico mas não tinha os meios necessários e decidiu investir as suas próprias economias para começar a materializar as suas ideias. No quintal de casa, começou a construir o local que hoje é o seu centro de produção. Em 2020, Elísio ficou a saber, através de um amigo, que tinha sido lançado o projeto Empreende Jovem, destinado a jovens inovadores e empreendedores, financiado pelo PNUD e implementado pelo Ministério da Juventude, Desporto e Empreendedorismo. A ECOBLASA foi uma das 27 vencedoras e recebeu o prémio Inovação.

Elísio Nunes instalou uma oficina que produz carvão apenas com cascas de coco e colas vegetais como aglutinante para combater o desmatamento. Este é um projeto pioneiro e sustentável, que se apresenta como uma alternativa ao abate abusivo de árvores, num país particularmente vulnerável aos efeitos das alterações climáticas. A oficina recolhe lixo orgânico e cascas de côco de fábricas que produzem óleo de côco e de famílias que consomem o produto diariamente.

Em 2022, sete meses depois de ter começado a produzir para venda, o carvão já podia ser adquirido em sacos de cinco kg em grandes centros de venda em São Tomé. A Região Autónoma do Príncipe seria a próxima a receber o produto.

Nunes acredita que a EcoBlasa responde ao apelo de socorro da população santomense face às dificuldades causadas pelas alterações climáticas. A ambição é fornecer carvão em grandes quantidades a supermercados a um preço mais acessível. Além disso, as cinzas desse carvão podem ser usadas como adubo orgânico, têm um alto poder calorífico e não emitem toxinas.