Lizette Chirrime nasceu em Maputo, em 1973.
Artista têxtil moçambicana, autodidata e que canaliza os seus traumas e desejos através da sua arte. As suas obras, que utilizam essencialmente retalhos de tecidos, comunicam a beleza da simplicidade e a divindade do ser africano, com base na Feminilidade, Terra-Mãe, amor, grandiosidade e espiritualidade.
No início dos anos 2000, começou a trabalhar com materiais recuperados em sucatas, porque precisava criar uma boneca de têxteis em uma noite.
Em 2004 foi convidada a participar na sua primeira exposição individual em Moçambique e em 2005 aceitou uma residência artística de três meses no Greatmore Studios na Cidade do Cabo, África do Sul, onde ficou a viver vários anos.
Em 2021, regressou ao seu país de origem, Moçambique, onde agora vive e continua a criar. A sua primeira exposição no país foi “O Livro de Ndimande” e “Oferenda”, uma homenagem ao pai e à mãe respetivamente. A partir de texto da própria artista, “O Livro de Ndimande” reflete o seu percurso (foi rejeitada pela família paterna, maltratada e marginalizada), marcado pelos valores culturais da sociedade de que Lizette Chirrime é oriunda.
A segunda parte, de homenagem à mãe, trata-se de “uma obra de conexão e partilha”, desenvolvida numa altura em que a artista vivia um período difícil, em termos de saúde, com “dores insuportáveis dia após dia”. Por iniciativa de uma “irmã” amiga, Tana, um grupo de mulheres decidiu organizar ciclos de costura, produzindo uma colcha de retalhos, que foi crescendo ao longo de vários meses. No final, esses círculos reuniram mais de 68 mulheres, de todas as idades e classes sociais.
Com exposições em diferentes países, em eventos de renome internacional, listamos o Centro Cultural Brasil-Moçambique, em Moçambique; a Morton Fine Art, em Washington DC, nos EUA; Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, em Portugal; Galeria Banco Económico, em Angola; 1:54 – Contemporary African Art Fair, em Inglaterra; e Cape Town Art Fair, na África do Sul.