Isabél Zuaa

Isabél Zuaa
Isabél Zuaa / Foto: Harpers Bazaar

Filha de mãe angolana e pai guineense, Isabél nasceu e cresceu em Portugal, onde viveu até 2010. Foi nesse ano que a atriz resolveu fazer um intercâmbio pelo Conservatório de Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de ter estudado dança com a Urino. 

O intercâmbio tinha uma duração de seis meses mas Zuaá decidiu estender a sua estadia pelo Brasil. Foi lá que iniciou a carreira como dançarina, seis meses após ter chegado ao país, com o coreógrafo Gustavo Ciríaco, com quem trabalhou até 2020.

Faz parte também do seu currículo a participação na obra cinematográfica de Marcos Dutra e Juliana Rojas As Boas Maneiras, vencedor de vários prémios em festivais de cinema na Europa.

Apesar de ter levado mais tempo a ganhar destaque no meio da dramaturgia, nos últimos anos, a atriz tem conquistado vários feitos, sobretudo no Brasil. 

No drama realizado por Marcelo Gomes, Joaquim, recebeu o prémio de Melhor Atriz Secundária no CineEuohoria em 2018, e em Fest Aruanda de 2017 recebeu o mesmo prémio pela longa-metragem de Porto Motta, Nó do Diabo.

Em 2020, teve mais uma distinção, pelo Festival de Cinema de Gramado (Brasil) com dois prémios de Melhor Atriz, pela sua prestação na longa-metragem Um Animal Amarelo, de Filipe Bragança, e na curta-metragem Deserto Estrangeiro, de Davi Pretto.

Em 2021, vimo-la brilhar em Portugal, na peça de teatro Aurora Negra, juntamente com as atrizes Cléo Diára e Nádia Yracema.

Em 2022, Zuaa esteve nos cinemas com o filme A viagem de Pedro, de Laís Bodanzky, e integrou a série brasileira Independências, onde interpreta Pelegrina, filha de uma mulher escravizada.

Apesar de não ser a personagem principal, Pelegrina é um dos elementos centrais da trama, sendo a narradora omnipresente da história ou griote – como são conhecidas as contadoras de história nos países africanos. Inspirada pela cosmologia africana e cultura angolana, Isabél Zuaa decidiu aprender a falar kimbundu, língua falada no noroeste de Angola e que incorporou nas suas falas na série, além de ter contribuído para a mudança de algumas cenas da trama, com o objetivo de mudar a  “narrativa da mulher negra”.