Grada Kilomba

©Nuno Fox/LUSA

Grada Kilomba, vive em Berlim, na Alemanha, é uma artista interdisciplinar, escritora e investigadora doutorada em Filosofia pela Universidade Livre de Berlim, e que tem vindo a lecionar em diversas universidades internacionais, como a Universidade de Artes de Viena, na Áustria.

As suas obras, que refletem sobretudo o conhecimento, o poder e a violência cíclica, já passaram por eventos à escala mundial como a 10.ª Bienal de Berlim, a Documenta 14, a Bienal de Lubumbashi VI, e a 32.ª Bienal de São Paulo, assim como em vários museus e teatros internacionais.

Em 2021, Grada esteve nos holofotes da imprensa portuguesa por não ter sido selecionada para representar Portugal na Bienal de Veneza 2022, depois de incoerências e irregularidades graves nos critérios de avaliação da obra “A Ferida”.  

Após a polémica, a artista multidisciplinar foi escolhida pela Bienal de São Paulo pela proposta “ambiciosa e intrigante” apresentada e integra o grupo de quatro curadores que vão dirigir a 35.ª edição do evento, em 2023.

Ainda no ano de 2021, Grada Kilomba desenvolveu a instalação performativa “O Barco”, apresentada pela primeira vez em setembro em Lisboa, no âmbito da BoCA – Bienal de Arte Contemporânea. A produção musical da obra esteve à responsabilidade do artista angolano Kalaf Epalanga.

A obra foi criada como “metáfora para produzir um novo futuro”, onde a História da escravatura seja contada com base em factos, sem leviandade nem apagamento do sofrimento de milhões de pessoas negras. 

A instalação tem mais de 30 metros, com 140 blocos de madeira queimada, em homenagem aos corpos desaparecidos no mar ou vítimas da escravatura, um comércio à escala global, que, lembrou Grada Kilomba, “foi liderado pelos portugueses a partir de 1444”.

“O Barco” foi ainda apresentado no Reino Unido, no âmbito do 10.º aniversário da 1-54 Feira de Arte Contemporânea Africana.