Kiluanji Kia Henda nasceu em Angola, no ano de 1979. Tendo crescido em Angola durante a guerra civil após a independência, a sua arte está fundamentada na história do seu país, tornando-se num nome de referência internacional.
Começou como fotógrafo de rua autodidata e superou a sua abordagem documental inicial, desenvolvendo histórias cada vez mais universais, subvertendo a história e entrelaçando elementos da ficção à realidade, que fizeram surgir novas possibilidades criativas, exibindo humor e ironia.
Foi assim que o artista fundou uma organização imaginária chamada ORGASM (Organização dos Estados Africanos para a Mellowness, 2011-2013) e apresentou evidências fotográficas de uma missão espacial angolana ao sol que nunca ocorreu (Ícaro 13, 2008).
Kiluanji explora as questões da sociedade atual de uma maneira única e envolvente, incentivando o pensamento crítico. Seu trabalho abrange uma ampla gama de temas como política, identidade e o complexo relacionamento entre a África e o Ocidente, muitas vezes evocados de maneira poética ou satírica.
O artista usa principalmente fotografia, vídeo e instalação. Em 2012, recebeu o Prêmio Nacional de Cultura e Arte do Ministério da Cultura de Angola; em 2014 foi selecionado entre 100 Leading Global Thinkers pela prestigiada revista norte-americana Foreign Politics e, em 2017, ganhou o Frieze Artist Award.
Participou em vários programas de residências em cidades como Veneza, Cidade do Cabo, Paris, Amã, Arles, Nova Iorque e Sharjah, entre outras. Entre as suas exposições individuais, podem referir-se “Something Happened on the Way to Heaven” (Lisboa, 2020), “The Isle of Venus” (Museum Leuven, Leuven, 2020), “A City Called Mirage” (International Studio and Curatorial Program, Nova Iorque, 2017), “In the Days of a Dark Safari” (Galeria Filomena Soares, Lisboa, e Goodman Gallery, Cidade do Cabo, 2017) e “Self-Portrait As A White Man” (Galleria Fonti, Nápoles, 2010).
Fez parte também de exposições coletivas em numerosas instituições, entre as quais o Barbican Art Center (Londres, 2020), o Migros Museum (Zurique, 2020), o Centre Georges Pompidou (Paris, 2020), o Zeitz MOCAA (Cidade do Cabo, 2019), a Tate Modern (Londres, 2019), o MAAT (Lisboa, 2018), o National Museum of African Art – Smithsonian Institution (Washington D.C., 2015) e o Museo Guggenheim (Bilbau, 2015). Exposto em Bienal de Gwangju (2018), Bergen Assembly (2013), Bienal de São Paulo (2010), Bienal de Veneza (2007) e Trienal de Luanda (2007). Como realizador de curtas metragens de gênero ficção, Henda realizou 3 curtas de aproximadamente 15 a 20 min, os filmes Havemos de Voltar / Voltaremos (2017), Afecto Concreto – Senhora Zopo (2017), Não Há Luz Dentro do Espelho (2020) são alguns dos trabalhos cinematográficos artisticos dirigidos pelo artista.
Em 2020, o artista venceu o concurso para a construção do memorial de homenagem às vítimas da escravatura, em Lisboa, com o projeto “Plantação – Prosperidade e Pesadelo”.